Mesmo sendo essencial em alguns casos, uso do marcapasso ainda gera dúvidas



Muitas dúvidas pairam sobre o ar quando o assunto é marcapasso. O aparelho é uma solução para diversos problemas de origem cardiovascular, atuando como corretor de defeitos do ritmo cardíaco. Quando demasiadamente acelerado (taquicardia) ele trabalha para diminuir a freqüência cardíaca. Se o batimento for lento (bradicardia), os eletrodos compassam o coração. No entanto, a falta de informação da população faz com que o procedimento seja menos utilizado do que deveria.



No dia 23 de setembro comemora-se o Dia do Portador do Marcapasso. A iniciativa tem como prioridade o esclarecimento de dúvidas em relação à implantação e precauções do sistema. Questionamentos como a interferência do uso do celular e outros equipamentos eletrônicos, como portas automáticas e forno microondas e dúvidas em relação à atividades físicas são recorrentes.



O médico cardiologista especialista em arritmologia, Antônio Nechar Júnior, esclarece sobre a relação com ondas eletromagnéticas. O uso de microondas, por exemplo, pode interferir no funcionamento do dispositivo apenas se estiver com a porta aberta, pois a radiofreqüência exposta pode interferir no desempenho do aparelho.



Outra dúvida muito freqüente é o uso de celular, cada vez mais freqüente atualmente. “Cada paciente tem seu marcapasso configurado particularmente, a frequência, voltagem, tudo de acordo com o tipo de sua arritmia”, detalha o cardiologista. “O sistema funciona por telemetria, por isso, uma das indicações é que o portador não deixe o celular no bolso do lado de onde está instalada a prótese, pois uma chamada pode desprogramar o que já fora determinado pelo médico”, complementa. Após o implante, é feita uma avaliação a cada seis meses, para a medição do grau de bateria e desempenho do dispositivo.



Atualmente no Brasil, mais de 300 mil pessoas são portadoras de marcapasso, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). O número é menor do que em países que têm o sistema custeado pelo sistema público de saúde. De acordo com Nechar, a falta de distribuição dessa tecnologia pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é um dos grandes empecilhos para a melhora na vida de muitas pessoas que possuem algum tipo de cardiopatia. “A diferença na qualidade de vida das pessoas que utilizam o aparelho para correções de cardiopatias é incrível. Tenho pacientes de 90 anos jogando tênis por causa do marcapasso”, aponta o médico.